Um estudo global com estudantes universitários mostra que os brasileiros são os mais capazes de sentir o impacto da pandemia em sua saúde mental
Publicado em: 29 / 03 / 2021
Os números não "caem". Aumento diário de casos - e mortes - devido ao surgimento novas cepas de coronavírus.
Nessa situação, sete em cada dez universitários brasileiros sentem o impacto do problema em sua saúde mental. Os dados vêm de uma pesquisa recente conduzida pela Chegg.org, uma organização sem fins lucrativos ligada à empresa americana de tecnologia educacional Chegg.
O estudo, denominado "Global Student Survey", ouviu 16.800 alunos com idades entre 18 e 21 anos, em 21 países, entre 20 de outubro e 10 de novembro. Esse resultado no Brasil (76%) é preocupante por ser o maior registro do impacto da epidemia nos transtornos mentais. Os participantes brasileiros entrevistados relataram um aumento acentuado de estresse e ansiedade. Apenas 21% pediram ajuda, enquanto 17% relataram pensamentos suicidas.
Em maio de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um alerta sobre a crise de saúde mental causada pela pandemia. Kestel, diretora do departamento de saúde mental da OMS, disse: "Isolamento, medo, incerteza, caos econômico - todos eles causam ou podem causar transtorno psicológico".
Sim, mas - assim como o problema original - as consequências também aparecem em escala global. Os dados coletados pela pesquisa mostram que não apenas os universitários brasileiros são afetados pela saúde mental da pandemia. Países como Estados Unidos, Canadá e Argentina também registraram taxas elevadas: 75%, 73% e 70%, consequentemente.
O que os pesquisadores deixaram bem claro é que, em todo o mundo, os alunos sentem que o maior problema que sua geração enfrenta está relacionado ao acesso a empregos de qualidade e à crescente desigualdade.
Lila Thomas, Diretora de Impacto Social da Chegg e Presidente da Chegg.org, disse: "Depois do desastre econômico causado pela Covid, enfrentar esses desafios é mais importante do que nunca, e a educação é a chave para atingir esse objetivo".
Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Itália, Japão, Quênia, Malásia, México, Arábia Saudita, Coreia do Sul, Espanha, Turquia, Reino Unido, Estados Unidos e Rússia participaram da pesquisa.
[Fonte: G1// Educação]