A neurocientista Jimo Borjigin, da Universidade de Michigan, tem dedicado mais de uma década a essa intrigante questão. E as descobertas dela são surpreendentes e podem mudar nossa compreensão sobre o momento final da vida.

Tudo começou de uma forma inesperada. Durante experimentos rotineiros com ratos, Borjigin observou algo fora do comum: uma massiva liberação de serotonina em um rato que faleceu após uma cirurgia. Isso a fez questionar se o animal teria experimentado alucinações, dado que a serotonina está fortemente associada a esses fenômenos. Esse momento de curiosidade levou Borjigin a uma jornada de pesquisa que continua até hoje.

Tradicionalmente, a morte clínica é definida pela ausência de pulso e atividade cardíaca. Mas o que Borjigin e sua equipe descobriram é que, mesmo após a parada cardíaca, o cérebro pode exibir uma atividade intensa. Em estudos com ratos, observaram um aumento significativo de neurotransmissores como serotonina, dopamina e noradrenalina, algo nunca visto enquanto os animais estavam vivos.

Em 2023, Borjigin expandiu sua pesquisa para humanos, focando em pacientes com suporte vital. Quando os ventiladores foram desligados, dois dos quatro pacientes exibiram alta atividade cerebral, especificamente ondas gama, que estão associadas a funções cognitivas complexas e memória. Essas ondas foram detectadas em áreas do cérebro ligadas à percepção sensorial, linguagem e audição. Isso sugere que o cérebro pode estar muito mais ativo durante a morte do que se imaginava.

Pessoas que sobreviveram a paradas cardíacas frequentemente relatam experiências intensas, como ver uma luz ou ouvir vozes. Borjigin acredita que essas experiências são causadas pela atividade cerebral observada em seus estudos. Em pacientes que morreram, áreas do cérebro responsáveis pela percepção da fala e da linguagem mostraram alta atividade, sugerindo uma correlação com essas experiências.

As descobertas de Borjigin são um convite para repensarmos o que sabemos sobre a morte. Elas sugerem que o cérebro possui mecanismos endógenos para lidar com a falta de oxigênio, semelhante à hibernação em animais. Isso tem implicações significativas para a medicina, especialmente no diagnóstico de morte, e abre novas portas para pesquisas futuras.

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• Fisioterapia Neurofuncional: Focado em técnicas de reabilitação que envolvem o sistema nervoso, este curso aborda tópicos como Neurociência Aplicada à Fisioterapia, Avaliação Neurofuncional e Neuroimagem, permitindo entender como a atividade cerebral pode ser modulada e otimizada, mesmo em situações críticas.

• Neuroaprendizagem e as Intervenções Cognitivas, Emocionais e Sociais: Este curso explora como o cérebro processa informações e como intervenções podem ser aplicadas para melhorar funções cognitivas e emocionais. Tópicos como Neurociência na Alfabetização e Problemas e Distúrbios da Aprendizagem fornecem uma base sólida para compreender as novas descobertas sobre a atividade cerebral durante a morte.

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Referência:  G1. As descobertas de neurocientista sobre o que se passa no cérebro enquanto morremos. Disponível em: https://g1.globo.com/ciencia/noticia/2024/06/19/as-descobertas-de-neurocientista-sobre-o-que-se-passa-no-cerebro-enquanto-morremos.ghtml. Acesso em: 20 jun. 2024.