Pela primeira vez, em 100 anos, a Medicina da USP vai considerar as notas do ENEM e adotar cotas raciais

Foi preciso passar mais de 100 anos de sua criação para que a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), enfim, implantasse o que foi considerado pelo Centro Acadêmico Oswaldo Cruz (Caoc) como uma vitória de suma importância, um primeiro passo em direção à democratização do acesso aos estudos: a universidade mais prestigiada do país decidiu aplicar uma política de cotas raciais para os ingressantes em seu curso de graduação em Medicina.

Além disso, com aprovação da Congregação da faculdade (órgão máximo de decisão da FMUSP), aprovou a adesão parcial ao Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que usa a nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para selecionar estudantes. José Otávio Costa Auler Júnior, diretor da FMUSP, confirmou as boas notícias.

De acordo com ele, 50 das 175 vagas de Medicina em 2018 serão selecionadas via Sisu/Enem, e 125 continuarão oferecidas pela Fuvest.
 
Dessas 50 vagas oferecidas pelo Sisu 2018, 10 serão reservadas para candidatos de ampla concorrência, 25 para candidatos que tenham feito o ensino médio em escola pública, e 15 vagas para candidatos da rede pública que se autodeclararem pretos, pardos e indígenas.

Ainda de acordo com Auler Júnior, a adesão parcial da FMUSP ao Sisu teve por intuito acelerar o processo de inclusão de estudantes oriundos da escola pública na Universidade de São Paulo.

A meta da instituição é ter, até 2018, 50% dos seus calouros oriundos da rede pública de ensino médio.

No ano corrente (2017), o referido índice bateu recorde, porém ainda ficou em 36,9%. 

[Fonte: G1 // Educação]