Odontologia: por que esta faculdade é separada do curso de Medicina?
Você decidiu que, para seguir com os estudos e atuar no mercado de trabalho, vai para a área da Odontologia?
Que legal! Excelente escolha, viu?
Maaass, já parou para pensar que – por atuar junto à saúde bucal das pessoas – a Odontologia bem que podia ser uma parte da Medicina e não é?
Por que será?
A gente te conta!
Por pura tradição mesmo.
Talvez você não saiba – ainda – mas, lááá atrás, beeem antigamente, os primeiros dentistas eram todos barbeiros (os caras que cortavam barba, não confundir com autores de barbeiragens). Naquela época arrancar dentes era considerado um serviço braçal...Ufsss!! Imagina isso...
Corria o século 17 e os tais que extraiam dentes eram trabalhadores informais que não tinham naaadaa a ver com médicos (que já começavam a se especializar em cursos universitários oferecidos por Harvard, por exemplo, que teve sua escola de Medicina fundada em 1782).
Foi nesta época que D. Pedro I – aqueeele, do grito de Independência do Brasil às margens do Ipiranga – matutou e chegou à conclusão de que a Odontologia deveria ser uma profissão específica no país. A partir de tal reflexão, o imperador autorizou o exercício de tal profissão apartado da Medicina.
É, mas nenhum barbeiro tinha dinheiro ou instrução suficientes para cursar uma faculdade de Medicina. E ainda não existiam faculdades específicas de Odontologia.
A mudança autorizada pelo monarca ficou só no papel.
Em 1862 ocorreu – de fato – a primeira mudança: dentistas autodidatas passaram a ser submetidos a uma prova oral teórica e outra prática antes de exercer a profissão. As provas eram aplicadas por professores de Medicina, especializados em Anatomia, Cirurgia ou Fisiologia e Higiene.
Ainda assim, os dentistas continuavam atuando “na aba da Medicina”, ainda não eram, efetivamente, especialistas.
Você deve estar aí se perguntando...Arre! Mas, afinal, quando – então – surgiram os primeiros cursos universitários específicos para a Odontologia?
Nós te contamos: foi em 1884, no Rio de Janeiro e na Bahia. A atividade-dentista foi formalizada e os amadores começaram a sair – lentamente – de cena.
Com o passar do tempo, o “cunho ofício” deixou de existir e os dentistas se tornaram – na prática – médicos especializados na boca.
Por fim, respondendo à sua pergunta, a separação dos cursos se manteve por força do hábito, uma herança da época dos barbeiros.
Viu? Agora você já sabe um pouco mais sobre a profissão que decidiu exercer!
Bons estudos!
[Fonte: Revista Superinteressante]