Mundo em alerta: há pouquíssimas regiões do planeta que ainda mantém a natureza intocada


É inacreditável como em meio a tantas espécies que vem ocupando a Terra ao longo de sua história evolutiva, uma única – nós, humanos – conseguiu colocar todo o planeta em risco.

Muitos esforços vêm sendo empenhados, mundialmente, para proteger o meio ambiente, porém, é ínfima a fatia terrestre que ainda permanece selvagem, sem impacto de atividades humanas: menos de um terço da área total do planeta.

E mesmo estas regiões seguem sob risco crescente.

Quem deu o sinal de alerta foi a Universidade de Queensland, na Austrália, em parceria com a organização não-governamental norte-americana Wildlife Conservation Society (WCS).

Ambas assinam um artigo publicado, recentemente, na revista Nature.

O documento traz números assombrosos: entre 1993 e 2009 uma área florestada maior que a Índia – ou 3,3 milhões de quilômetros quadrados – foi ao chão e abriu espaço para a expansão de cidades, agropecuária e mineração, por exemplo.

Quando falamos em nossos oceanos, o cenário não é muito diferente. Os dados coletados dão conta de que as áreas livres de pesca industrial, poluição e navegação estão quase que totalmente restritas às regiões polares.

O estudo ainda revelou que mais de 77% das terras (excluindo a Antártica) e 87% dos oceanos já sofreram intervenção humana e foram modificados.

As partes intocadas remanescentes se concentram em cinco países: Austrália, Brasil, Canadá, Estados Unidos e Rússia.

Divulgada dias antes do início da Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica (COP/CDB) – realizada no Egito, entre 13 a 29 de novembro – a pesquisa trouxe, em linhas gerais, uma advertência seríssima: se o mundo não lançar, em muito breve, um novo acordo para a natureza, a humanidade pode ser a primeira espécie a registrar o próprio desaparecimento. 

  

[Fonte: Exame.com]