14 de julho: você respeita opiniões diferentes da sua?

Hoje, dia 14 de julho, comemora-se o Dia da Liberdade de Pensamento.

A data tem relação com a Queda da Bastilha, que marcou o início da Revolução Francesa,em 1789. O ato simbolizou a derrocada do símbolo máximo do sistema político vigente na época, o Absolutismo, representado pela centralização política nas mãos do rei, auxiliado pela burguesia,em detrimento das vontades (e/ou direitos) da população.
Ao tomarema Bastilha, os franceses se fizeram ouvir a respeito da necessidade urgente de leis que estabelecessem equidade entre todos os cidadãos. Pouco mais de um mês após o levante da população, em 26 de agosto daquele mesmo ano, foi aprovada a"Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão".
O documento trazia em seu texto o ideal que parece óbvio, mas que todos os povos no planeta buscam até hoje: o de liberdade, igualdade e fraternidade entre os indivíduos, acima de qualquer interesse de ordem particular.
Infelizmente, hoje não precisamos nem procurar muito por notícias para saber que tudo o que não há no mundo em que vivemos é a liberdade de pensamento. Quantas guerras, quanta intolerância originada pelos mais variados motivos temos visto por aí? Pois é.
No Brasil,a Constituição Federal de 1988 assegura em seu artigo 5º, inciso IV, que "a liberdade de pensamento é um direito fundamental dos cidadãos".
No espectro mundial, a autonomia de manter e defender posições a despeito de um ponto de vista, independente de opiniões alheias, também está claramente expressa na Declaração Universal dos Direitos Humanos. No artigo XVIII do documento é possível encontrar o registro da garantia: "todas as pessoas têm direito à liberdade de pensamento, consciência e religião".
Se avaliarmos que a capacidade de pensar é equivalente à demonstração de saúde mental e à faculdade de discernir, fica evidente a enorme vantagem de que dispomos se considerarmos nossa condição de animais racionais. Por que, então, ainda é tão difícil respeitar opiniões ou escolhas divergentes?
Há uma frase antiga que ilustra bem pelo que devemos lutar sempre, a qualquer tempo:"Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las". Muitos dizem que seu autor foi Voltaire, filósofo iluminista que era defensor ferrenho da reforma social e, consequentemente, da eliminação definitiva da censura. Porém, a autora do pensamento foi Evelyn Beatrice Hall, biógrafa de Voltaire, que cunhou a frase para representar as crenças e pensamentos do francês.
A data vale um auto questionamento: você respeita a opinião alheia?